O governador Romeu Zema gosta de se apresentar como gestor moderno, preocupado com inovação e tecnologia. Mas o que se viu no Mineirão foi um evento mal planejado, sem segurança adequada, que expôs 30 mil estudantes ao risco físico. A tentativa de bater recorde mundial de “maior aula de inteligência artificial” virou um vexame internacional: vídeos de jovens se agredindo, garrafas voando e o público incentivando a briga com gritos de “briga, briga”.

A irresponsabilidade política
É sintomático que Zema tenha celebrado no palco o “compromisso com a educação digital” e, logo depois, tenha deixado o estádio antes da confusão. Um governador que abandona o local quando a situação degringola mostra desprezo pela responsabilidade institucional. O discurso de inovação não se sustenta diante da incapacidade de garantir o básico: segurança e organização.
O marketing acima da educação
O aulão foi vendido como “marco para a educação mineira”, mas na prática revelou-se um show de marketing político vazio. Em vez de investir em infraestrutura escolar, formação docente e políticas de inclusão digital, o governo preferiu gastar energia em um espetáculo midiático. O resultado: estudantes machucados, pânico e descrédito.
A lição que fica
O episódio no Mineirão não é apenas um acidente isolado. Ele simboliza a lógica de um governo que prioriza a autopromoção em detrimento da responsabilidade pública. Zema quis posar de líder visionário, mas entregou caos. A violência que interrompeu o evento é consequência direta da negligência estatal.
Se o governador realmente se importasse com a educação, teria garantido condições seguras e respeitosas para os alunos. Em vez disso, ofereceu um palco para a pancadaria. Minas Gerais merece mais do que slogans de inovação: merece políticas sérias, planejamento e compromisso real com seus jovens.
Em Resumo:
O “aulão de IA” de Zema terminou como metáfora de sua gestão: muito marketing, pouca substância, e um rastro de irresponsabilidade que expõe estudantes ao risco.
